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4 set
2018

Você já pensou em tirar sua vida?

Choca né? Essa pergunta pega fundo.

Outra pergunta chocante. Você tem familiar ou conhece alguém que se suicidou? Tenho quase certeza que a resposta da maioria será SIM.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde a cada 40 segundos, 1 indivíduo se suicida no mundo, ou seja, compreende dizer que quando você terminar de ler esse texto, pelo menos, 1 pessoa terá interrompido sua vida precocemente. É alarmante não é mesmo?

No Brasil o número de suicídio segue aumentando e entre adolescentes e jovens, este índice, só cresceu na última década, segundo dados do Ministério da Saúde.

Nesta fase o cérebro ainda não tem maturidade neural nas áreas de decisão, controle e planejamento, a impulsividade e instabilidade emocional são fatores da idade. Estas variáveis relacionadas a dificuldade em lidar com frustração, bullying, sexualidade, pressão para escolha da profissão, relacionamentos, podem intensificar e deflagrar a pré-disposição a tendência suicida. Outro fato relevante são as redes sociais onde todos parecem extremamente felizes e a dificuldade do jovem em lidar com seu sofrimento e não se sentir parte deste mundo ilusório.

Você está se perguntando o que pode ser feito?
Para prevenir é necessário falar sobre este assunto sem tabus. Tirar, derrubar todos os preconceitos.
Precisamos falar sobre sofrimentos psicológicos,  doenças mentais. Isto não é coisa de louco, não é coisa de desocupado, não é frescura, não é para ficar debaixo do tapete, não é para ter vergonha.
É necessário tratamento médico e psicológico para estas doenças, que afetam muito mais pessoas do que podemos supor. Muitas vezes pelo estigma da doença o indivíduo ou a família não procura o tratamento, agravando a situação, levando ao suicídio.

A Organização Mundial da Saúde estima que 90% dos casos de suicídio tem relação com transtornos mentais que poderiam ter sido tratados.

Desta forma fique atento aos seguintes sinais, seja em você ou em pessoas de seu convívio:

  • Fala frequente sobre: querer morrer, não ter propósito, ser um peso para os demais, estar sob dor insuportável.
  • Procurar formas de se matar
  • Usuários de drogas e álcool
  • Agir de modo ansioso, agitado e irresponsável
  • Dormir muito ou pouco
  • Se sentir isolado
  • Demonstrar raiva ou falar sobre vingança
  • Ter alterações de humor extremas.

Sinais de alerta em adolescentes:

  • Mudanças significativas na personalidade ou nos hábitos
  • Piora do desempenho escolar e em outras atividades regulares.
  • Afastamento da família e de amigos
  • Perda de interesse em atividades que gostava
  • Descuido com a aparência
  • Perda ou ganho significativo de peso
  • Comentários depreciativos persistentes
  • Pessimismo em relação ao futuro, desesperança.
  • Comentários sobre morte, sobre pessoas falecidas e interesse por esse assunto de forma mais frequente ou quando não é usual.
  • Doação de objetos, roupas, pertences que valorizava e tinha estima.

O que você pode fazer:

  • Não deixe a pessoa sozinha
  • Tire de perto armas de fogo e objetos cortantes, álcool, drogas (remédios que podem ser utilizados para este fim), cordas e fios, substâncias tóxicas e corrosivas.
  • Leve a pessoa para uma assistência psiquiátrica e psicológica. É necessário investigação e diagnóstico adequado para o tratamento. Conversas e apenas conselhos nesta hora não serão efetivos, doenças mentais precisam de tratamento.

Infelizmente respondendo a 2º pergunta do início deste texto, eu tenho uma pessoa na família que cometeu suicídio e tive 3 pessoas conhecidas que se mataram.

Precisamos ser mais efetivos na prevenção.

Fontes: Ministério da Saúde,

Preventing Suicide: A Global Imperative, da Organização Mundial da Saúde

American Foundation for Suicide Prevention. ()

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a autora

Mari Telma

psicóloga & coach

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