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28 fev
2018

Da série nossas emoções: Medo, ele te protege ou te paralisa?

Chegamos ao último texto sobre nossas emoções básicas, os próximos três serão sobre os transtornos que o desequilíbrio delas podem nos causar, ansiedade, depressão, impulsividade e umas coisitas mais.

Chegou agora por aqui? É o primeiro texto que você está lendo? Recomendo que você leia os demais da série que falaram sobre alegria, tristeza e raiva.

Bom…bóra lá falar desta emoção que nos assusta?!

EM UM MUNDO PERFEITO, nós reagiríamos da melhor forma possível ao medo, usando-o para avaliar os riscos, calcular nossas melhores opções e retornar rapidamente à condição normal. Como toda emoção o medo nos leva a uma ação. Ele existe para preservar nossa vida, ou seja, é uma emoção de evasão.

O medo, como a raiva, ativa nossa amígdala (a do cérebro), coloca nosso sistema nervoso e sistema periférico em ação, com isso nosso coração dispara, visão e audição entram em alerta, pernas e braços se contraem e são preparados para correr ao sinal de perigo.

Bom…até agora expliquei como nosso organismo reage com o estímulo de perigo real, mas você já parou para pensar que nós também imaginamos situações de perigo? E que estas impactam na nossa vida? Como esta emoção age e nos atrapalha nestes casos?

Isto ocorre, porque temos nosso sistema de percepção, que é como percebemos tudo em nossa volta. Audição, visão, olfato e tato, captam as informações, que também são interpretadas por nossas crenças, por nossas vivências, experiências acumuladas. E justamente estas vivências podem distorcer e nos trazer um medo irreal, gerando ansiedade, preocupação, pensamentos distorcidos que paralisam nossa ação. Passamos a procrastinar nossos sonhos, objetivos, decisões e nossa vida.

Quer um exemplo? Vamos imaginar uma mãe que ficou altamente impactada com o atentado na escola da Flórida, nos E.U.A., em que um dos alunos entrou armado e assassinou 17 alunos e feriu outros. Ela começa a divagar sobre o ocorrido e imagina isto na escola do seu filho, que ele está cercado de perigos, que a escola é aberta, ela não conhece todos os alunos. Uma série de pensamentos distorcidos se instala. Baseada nestes pensamentos ela passa a não levar o filho à escola. Percebe o impacto que isto seria?

Nós temos casos menos graves em nosso dia-a-dia, aquele curso que você não faz, porque tem medo de conhecer gente nova, medo de rejeição. A viagem que você sonha, mas não vai sozinho, porque tem medo das decisões que precisará tomar, do avião, de dirigir, do hotel, de gente nova, dos passeios e a lista só aumenta. Novamente, percebe as experiências e aprendizados que está deixando de lado? Por querer controlar tudo?

Os medos que fabricamos em nosso dia-a-dia são tantos e em tantas situações que o texto ficaria enorme para listar todos. O importante aqui é que você pense:

O que estou deixando de fazer, de realizar, que impactaria positivamente na minha vida, por medo? Este medo é real, eu controlo as variáveis? Ou por um medo disfuncional você está deixando seus sonhos e sua vida paralisados ?!

Como sempre, nestes textos, meu desejo é que você aprenda, que tenha conhecimentos básicos para reconhecer e saber lidar com estas emoções e tome atitudes mais assertivas, então, aqui vai algumas dicas para você aprender a lidar com esta emoção:

  • Lembra da amígdala (do cérebro rs)? Você precisa controla-la, então respire. Isto mesmo! Respire, puxe o ar pelo nariz, prenda por 4 segundos, solte o ar, conte novamente até 4 com o pulmão vazio. Faça isto por 3 vezes. Você oxigenará seu cérebro, além de desviar o foco de sua atenção e pensamento ajudando a clarear o raciocínio. Faça isto sempre que se sentir ansioso e identificar pensamentos disfuncionais como os exemplos acima. Isto é treino.
  • Mude o foco do pensamento negativo. Seu cérebro não distingue real do imaginário, portanto, quando você imagina algo negativo e vivencia mentalmente esta emoção, está sendo utilizado recurso cerebral real. Utilize isto a seu favor, como? Exemplo: Se antes da entrevista de emprego você pensa “Não tenho ideia do que dizer; eles acharão que sou um idiota”, vai se sentir tenso e ansioso. Mas se em vez disso você pensar “Estou bem preparado para a entrevista e vou causar uma boa impressão”, fechar os olhos e visualizar: você calmo, respondendo tudo, explicando sobre suas habilidades e experiências, a tendência é você sentir-se mais calmo e confiante. Pode parecer banal, mas funciona. Tem efeitos neurologicamente comprovados.

Então guarde estas duas dicas, respirar e alterar o padrão de pensamentos negativos. Bóra treinar!

E finalmente, a aspectos do medo em situação de traumas e grande estresse que causam transtornos psicológicos e patologias, tais como: TEPT (Transtorno de Estresse Prós Traumático), Síndrome do Pânico e Transtorno de Ansiedade, dentre outros. Nestes casos a ajuda profissional é necessária não hesite, procure um psicólogo.

Este texto te ajudou? Você tem outras dúvidas sobre medo? Deixe nos comentários ou entre em contato. ()

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a autora

Mari Telma

psicóloga & coach

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